segunda-feira, 14 de abril de 2008

Vinil

Nascido na década de 50, mas há aproximadamente 20 anos fora do mercado devido aos avanços tecnológicos, o Vinil ainda tem espaço garantido na prateleira de colecionadores dessas raridades.

O bom, velho e não esquecido Vinil está próximo de completar seis décadas de existência no Brasil, quarto país no mundo a produzir o disco neste formato. O “bolachão”, material de plástico e com 31 centímetros de diâmetro, teve ascensão no mercado nacional na década de 50, quando substituiu o antigo disco de 78rpm (rotações por minuto).
Nesta mesma época, gravadoras começaram a lançar novos artistas que mostravam suas músicas nos LP´s (Long Plays) onde era possível armazenar até 20 minutos de áudio em cada lado. Ícones da música como Led Zeppelin, Roberto Carlos, Mutantes e Elvis Presley deram suas caras para o mundo através dos vinis, que para muitos pode ser considerado uma reprodução fiel do som em estúdio, mesmo com seus estalos e chiados.
Mas já no final dos anos 80 a vida dos vinis começou a ser ameaçada, e o motivo foi o surgimento do CD (compact disc), uma tecnologia digital, diferente dos vinis, com maior capacidade, durabilidade e riqueza sonora, assim a indústria fonográfica encontrou um meio mais barato e eficiente de expor seus artistas no mercado, forçando a extinção dos elegantes bolachões.
A ausência dos LP´s no mercado impulsionou os amantes da música a colecionar vinis, já que grandes sucessos de artistas do passado só poderiam ser ouvidos através de seus discos.
O músico e empresário Geraldo Santos (Gegê),00, é um dos milhares de colecionadores de vinis espalhados por todos os cantos e diz que seu maior prazer em colecionar estas raridades é pelo fato do vinil proporcionar um som mais aberto e vivo. “O vinil te transporta para uma época em que a arte vinha em primeiro lugar e cada lançamento de um disco era precedido de muita curiosidade e expectativa”, ressalta Gegê.
O avanço tecnológico não só tirou os vinis das prateleiras, como também levou o prazer e a essência de adquirir novo álbum de seu artista predileto, pois hoje em dia basta navegar pela internet e ouvir todo o novo trabalho pelo próprio site do artista e até mesmo baixar toda sua discografia, além de eliminar o trabalho de outros artistas que produziam as artes nas capas dos álbuns.
Hoje no Brasil apenas uma fábrica de disco de vinil resiste ao tempo, a Poly Som, localizada no município de Belford Roxo, no Rio de Janeiro. E para quem pensa que a fábrica não produz mais vinis por não terem espaço no mercado estão enganados, a fábrica produz cerca de 35 mil discos por ano. E conta com clientes ilustres que pretendem não deixar o vinil morrer, como Nando Reis, Ed Motta e Caetano Veloso, que lançaram trabalhos em formato LP. A cantora Vanessa da Matta deve parte do seu sucesso ao vinil, pois a musica “ai ai ai..” foi bastante tocada pelos Dj´s em boates com o uso do vinil.

A cantora revelação Céu, grande defensoras dos LP´s, foi uma das cantoras que recentemente pediu para que parte do seu trabalho pudesse ser lançada em vinil, lançado pela gravadora Warner, que já havia feito o mesmo com artistas como O Rappa e Maria Rita, assim como a Sony BMG fez com Marcelo D2, Jota Quest e Los Hermanos.

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